sexta-feira, 12 de novembro de 2010

GOTAS DE REFLEXÃO

CRÍTICA

Convidada a fazer uma preleção
sobre a crítica, a conferencista compareceu ante o auditório superlotado,
carregando pequeno fardo.

Após cumprimentar os presentes,
retirou os livros e a jarra de água de sobre a mesa, deixando somente a toalha
branca.

Em silêncio, acendeu poderosa
lâmpada, enfeitou a mesa com dezenas de pérolas que trouxera no embrulho e com
várias dúzias de flores frescas e perfumadas. Logo após, apanhou na sacola
diversos enfeites de expressiva beleza, e enfileirou-os com graça. Em seguida,
colocou sobre a mesa um exemplar do Novo Testamento em capa dourada.

Depois, diante do assombro de
todos, depositou em meio aos demais objetos uma pequenina lagartixa, num frasco
de vidro. Só então se dirigiu ao público perguntando:

O que é que os senhores estão
vendo?

E a assembléia respondeu, em
vozes discordantes:

Um bicho!

Um lagarto horrível!

Uma larva!

Um pequeno monstro!

Esgotados breves momentos de
expectativa, a expositora considerou:

Assim é o espírito da crítica
destrutiva, meus amigos! Os senhores não enxergaram o forro de seda alva, que
recobre a mesa. Não viram as flores, nem sentiram o seu perfume. Não perceberam
as pérolas, nem as outras preciosidades. Não atentaram para o Novo Testamento,
nem para a luz faiscante que acendi no início. Mas não passou despercebida, aos
olhos da maioria, a diminuta lagartixa...

E, sorridente, concluiu sua
exposição esclarecendo:

Nada mais tenho a dizer...

Quantas vezes não nos temos
feito cegos para as coisas e situações valorosas da vida.

Autor desconhecido. 

Um comentário:

  1. Jaciara, muito boa essa postagem!! Um abraço e um bom fim de semana. Eu sou a Irismar lá da UNIAO que tentou te ajudar.

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